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O meu filho tem dificuldades de aprendizagem. E agora?

  • VeraCorreia
  • 26 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

São muitos os pais que ficam angustiados porque os filhos não aprendem. Será que não aprendem mesmo? A aprendizagem é um processo interativo onde várias componentes – genéticas, neurológicas, psicológicas, educacionais, sociais – se interrelacionam. A aprendizagem é contínua e acontece todos os dias, em vários momentos ao longo da vida.

Por outro lado, também não é raro encontrar pais que já chegam com um diagnóstico traçado: “O meu filho tem dificuldades de aprendizagem”. Terá mesmo? Afinal, o que é isto das dificuldades de aprendizagem?


Em primeiro lugar, as dificuldades de aprendizagem não resultam apenas do sistema educacional, mas sim de insucessos sociais, decisões políticas, contextos culturais, práticas educacionais e pedagógicas. É de todos estes vetores que as dificuldades de aprendizagem emanam e não somente da criança.

Por seu turno, importa esclarecer que as dificuldades não são um distúrbio ou uma patologia; não são permanentes e não rotulam um aluno, como se de um selo se tratassem. Devem ser olhadas como um desafio e encaradas numa perspetiva evolutiva e funcional, permitindo uma aprendizagem contínua e progressiva ao longo da vida.


Nesse sentido, cabe perguntar: podemos continuar a acreditar que existem dois tipos de alunos? Os que têm dificuldades, por oposição aos restantes? Não me parece. O importante é classificar as dificuldades e não os alunos. Esta é a estratégia que, por exemplo, o projeto IDEA preconiza: a distinção das dificuldades como funcionais, cuja superação é possível, e disfuncionais, quando se afirmam como elementos de bloqueio no desenvolvimento da criança.

De que dificuldades falamos? Dificuldades relacionadas com as letras, com a escrita ou com o raciocínio lógico-matemático? E se pensássemos no ato de aprender como uma realidade mais vasta, que tenha em conta o pensamento, as emoções e aptidões? Um modelo que inclua as inteligências múltiplas e a educação emocional: a educação completa, como um processo de evolução, com foco na solução e não no problema, explorando a autonomia, promovendo a colaboração e incitando à cooperação.

Serão as designadas dificuldades de aprendizagem apenas diferenças de aprendizagem? Se na escola estão presentes todos os tipos de alunos, diferentes e únicos, inseridos num mesmo currículo, com o mesmo sistema de avaliação, podemos concluir que a diversidade aumenta, mas a diferenciação não. A solução não passa por aumentar a frequência e a exigência das provas nacionais, mas também não se pode basear no facilitismo. Passa sim por um esforço educativo centrado na promoção da evolução do desempenho, no progresso e na aprendizagem de todos os alunos.


Será que todos os alunos conseguem ter sucesso? Óbvio que sim.

O sucesso implica a superação de um obstáculo e nele está contida a base da motivação da aprendizagem.

Acredito que para atingir o sucesso seja necessário atingir cinco fatores.

Relação - Boas relações com os outros e consigo mesmos.

Funcionalidade - É importante que a aprendizagem tenha uma utilidade real, social, cultural…

Monitorização - Monitorizar e ensinar a monitorizar os processos e os resultados.

Autorregulação - Autorregulação cognitiva, metacognitiva e emocional.

Mindset - Estimular outras formas de pensar e de acreditar, produzindo elevados níveis de confiança, de autoconhecimento e de autocontrolo.


Por isso, deixemos de fora as dicotomias ‘’bom aluno mau aluno’’, ‘’mais inteligente menos inteligente’’, ‘’mais aplicado menos aplicado’’, ‘’mais preguiçoso menos preguiçoso’’.




 
 
 

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