Estaremos mesmo a contribuir para a igualdade de género?
- VeraCorreia
- 7 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Celebra-se amanhã o Dia Internacional da Mulher e por isso preparei um conjunto de posts sobre a igualdade de género. Claro que haverá sempre quem diga que não faz sentido celebrar o Dia da Mulher porque não existe o Dia do Homem e, portanto, estamos a colocar os dois géneros em patamares diferentes. A verdade é que homens e mulheres AINDA não têm os mesmos direitos. Estamos mais próximos, mas a verdadeira igualdade está ainda distante. Quando chegar o dia em que ambos têm direitos e deveres idênticos, então celebrarei o Dia da Mulher em homenagem a todos os que lutaram para que lá chegássemos.
Começo com algumas questões e dúvidas que me colocam com frequência e sobre as quais vos lanço um convite à reflexão:
* O meu filho quer usar batom. Como devo reagir?
*Mãe, não quero essa camisola porque rosa é cor de menina.
*Pai, os homens são mais fortes do que as mulheres, não são?
*A minha filha quer jogar futebol mas os colegas não deixam.
* O meu filho quer vestir-se de princesa no carnaval.
Fruto destas questões, fico com a sensação de que meninos e meninas nascem com uma check list de gostos e características pré definida.
Os rapazes ainda estão na barriga das mães e já se espera que sejam o rapagão, enquanto a menina será a princesa. As primeiras roupinhas vêm em tons de azul para o menino e em tons rosa para a menina. Inscreve-se o rapaz nos treinos de futebol e a menina vai diretamente para o ballet. Aos rapazes são oferecidos carros, Legos, pistas de comboios, bolas e skates e as meninas recebem casinhas, bonecas, tábuas de passar a ferro, estojos de maquilhagem e sapatos de princesa. Enquanto as meninas pintam as unhas, os meninos podem trepar à árvore. Se caírem, os meninos não podem chorar porque têm de se mostrar pouco sensíveis, brutos e pouco pacientes, mas se forem as meninas a cair podem chorar, porque são frágeis, pouco tolerantes à dor e devem ser protegidas pelos rapazes. Por fim, os rapazes ocuparão cargos de chefia, serão engenheiros ou arquitetos e as raparigas terão profissões que envolvam cuidar ou guiar.
De que forma podemos - pais, educadores e amigos - contornar isto? Nós, que apontamos o dedo ao menino que foi à escola de unhas pintadas e à menina que se veste como uma “maria-rapaz”. Nós, que rimos da mochila com princesas que o menino usa na rua e criticamos a menina que usa t-shirts de super-heróis. Nós, que continuamos a educar as crianças segundo os padrões comportamentais definidos para caracterizar cada um dos géneros.
A reflexão continua nos posts seguintes.













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