Como promover a igualdade de género na infância?
- VeraCorreia
- 9 de mar. de 2021
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Não distinguir géneros na educação e nas orientações, permitindo e incentivando a independência e autonomia da criança como regra geral, sem as condicionar. Permitir a possibilidade de tomar decisões sobre si, pesando as consequências das mesmas, e sobre os outros, independentemente do género. Dar-lhes a liberdade de escolher caminhos que as completam. Mostrar-lhes que podem e devem ser muito mais do que aquilo que esperam deles.
Não rotular as ações da criança como “coisas de menina” ou “coisas de menino”. Ambos podem brincar com todos os tipos de brinquedos. Definir atividades consoante o género pode limitar o desenvolvimento infantil, já que os brinquedos estimulam competências diferentes consoante o género a que se destinam; desta forma a criança não vai desenvolver algumas aptidões. Qualquer criança tem o direito de atingir o seu máximo potencial em qualquer atividade, qualquer desporto ou qualquer brincadeira.
Ter sentimentos é humano. É importante que as crianças tenham a noção de que podem expressar todos os sentimentos, visto que não há sentimentos de “menina” e de “menino”. Devemos incentivá-las a desenvolverem a sua sensibilidade e afetividade. Não estimular o menino a não chorar porque é “coisa de menina”. Esta afirmação para além de fazer com que a criança se retraia e que tenha dificuldades em expressar os seus medos e os seus sentimentos, provoca nela a ideia de que a mulher é um ser mais frágil.
Respeito por si e pelos outros. Respeitar o indivíduo em construção que cada um representa. Os adultos devem colaborar para que as crianças desenvolvam uma ‘’perceção de si próprios’’, trabalhando desta forma a autoconfiança, que permitirá à criança aceitar-se como é. Por outro lado, explicar que não existe um padrão físico é importante para que se sintam confortáveis com o seu próprio corpo e respeitem o dos outros.
Perceber que os maiores ensinamentos acontecem através do exemplo. Os adultos são o livro de instruções e, a dada altura, as crianças vão reproduzir comportamentos. Se uma criança cresce a assistir a um pai com uma postura machista e desrespeitosa para com a mãe, absorverá este padrão de perceção.
A importância das palavras. Os pais precisam de entender que os tempos mudaram e que expressões outrora utilizadas têm pouco espaço no presente e deixarão de ter lugar no futuro. É crucial que a criança perceba, de forma clara, o respeito pela diversidade.
O diálogo. Dar o exemplo é o primeiro passo, mas não é suficiente, visto que a criança é diariamente bombardeada com mensagens estereotipadas nos media, na escola e na convivência com colegas. Nesse sentido, é fundamental que os pais falem abertamente e de forma cristalina sobre estereótipos de género com os filhos.
A criança convive com pessoas de diferentes classes sociais, culturas e nacionalidades, o que faz com que entenda o fenómeno da diversidade como parte integrante da natureza humana. Porém, muitos programas infantis não espelham essa multiplicidade e é fundamental que os pais acompanhem a criança e falem sobre estereótipos. Estimular o pensamento crítico da criança é dar-lhe ferramentas para perceber e desmistificar esses estereótipos.
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